
Quanto tempo a estrutura da sua edificação aguentaria em um incêndio antes de entrar em colapso? A resposta para essa pergunta não é um “achismo”, é uma medida de engenharia calculada em minutos, chamada de TRRF – Tempo Requerido de Resistência ao Fogo.
No Distrito Federal, as regras para essa “sobrevida estrutural” são ditadas pela Norma Técnica N° 14/2022 do CBMDF. Mais do que uma exigência para a aprovação do seu projeto, o TRRF é a garantia de que haverá tempo hábil para a evacuação segura das pessoas e para a atuação das equipes de bombeiros.
Vamos mergulhar nos pontos-chave desta norma e entender por que a segurança passiva é a coluna vertebral de qualquer projeto de combate a incêndio.
O que é TRRF e por que ele é tão Crucial?
O TRRF é o tempo mínimo, em minutos, que um elemento construtivo (viga, pilar, laje, parede) deve manter suas funções de estabilidade e vedação quando exposto ao fogo. Ele é o pilar da segurança passiva, ou seja, das medidas que já fazem parte da construção e que agem sem necessidade de acionamento.
Um TRRF bem projetado garante duas coisas vitais:
- Evita o colapso estrutural: Dá tempo para que todos saiam em segurança.
- Garante a compartimentação: Impede ou retarda a propagação do fogo e da fumaça de um ambiente para outro, ou de um andar para o outro.
Como o CBMDF Define o TRRF para sua Edificação?
O tempo de resistência ao fogo não é um valor único. Ele é determinado com base no risco, cruzando três informações principais da edificação, conforme a tabela do Anexo A da NT 14/2022:
- A Ocupação do Imóvel: O uso da edificação é o primeiro fator. Um hospital (TRRF mais alto) tem um risco muito diferente de uma residência unifamiliar (TRRF mais baixo).
- A Altura da Edificação: Quanto mais alto o prédio, maior o tempo necessário para evacuação e, portanto, maior será o TRRF exigido.
- A Profundidade do Subsolo: Subsolos são ambientes confinados, com maior dificuldade de acesso e evacuação, o que também eleva a exigência de TRRF.
Ao cruzar esses dados, o engenheiro encontra na tabela o tempo requerido para os elementos estruturais, que geralmente varia de 30, 60, 90, 120 até 180 minutos.
Segurança Passiva: Onde o TRRF se Aplica?
O TRRF é exigido nos elementos que são a espinha dorsal da edificação e nas barreiras que confinam o incêndio:
- Elementos Estruturais: Pilares, vigas e lajes que garantem que o prédio não desabe.
- Paredes de Compartimentação: Paredes que dividem grandes áreas em “células” menores para conter o fogo.
- Paredes de Vedação de Escadas: As paredes que protegem as rotas de fuga, garantindo que elas permaneçam livres de fumaça e fogo.
É Possível Reduzir o TRRF? A Engenharia a Favor da Economia
Aqui entra a grande vantagem de contar com uma engenharia especializada. A NT 14/2022 permite, em muitos casos, uma redução de até 30 minutos no TRRF exigido.
Isso é possível através de um cálculo mais refinado (descrito no Anexo B da norma) que leva em conta a presença de outras medidas de segurança na edificação, como chuveiros automáticos (sprinklers), sistemas de detecção de fumaça e brigada de incêndio.
Na prática, isso significa que um projeto inteligente pode especificar uma estrutura com TRRF de 60 minutos em vez de 90, por exemplo. Essa otimização pode gerar uma economia significativa nos custos da obra, seja na espessura do concreto, no tipo de aço ou na aplicação de materiais de proteção passiva, como tintas intumescentes.
Arghon Engenharia: Cálculos Precisos para a Máxima Segurança e Viabilidade
Definir o TRRF correto é um ato de equilíbrio entre máxima segurança, conformidade com a norma e viabilidade econômica. Um erro pode levar à reprovação do projeto ou a custos desnecessários na estrutura.
A equipe da Arghon Engenharia domina os métodos prescritivos e os cálculos de desempenho da NT 14/2022, garantindo a solução mais segura e otimizada para o seu empreendimento. Analisamos todas as variáveis para entregar um projeto que protege vidas, patrimônio e o seu investimento.
Não trate a resistência ao fogo como um detalhe. É a base da segurança estrutural do seu projeto.